Relatos de uma mãe: Eu perdi meu bebê - We Tree
Pote da gratidão
Atividade: Pote da gratidão
Atividade: Repelente do Medo

Relatos de uma mãe: Eu perdi meu bebê

Existe uma regrinha básica das grávidas, que se aprende logo que chega o positivo, só anunciar em público após o terceiro mês. Inúmeros casos de perdas gestacional acontecem neste início. Nos calamos para não termos que falar da dor caso ela chegue.

Como em mundo romântico da maternidade perder não faz parte do jogo.

Quando aconteceu comigo me senti tão triste e tão só, como se fosse só comigo, embora tão comum. É desconfortante falar da tristeza, da dor, do fracasso…da perda… em um mundo tão felizmente compartilhado.

Lembro claramente de quando uma amiga ao saber do meu bebê, me ligou como quem se importava e ainda as lagrimas corriam em seu rosto ao lembrar de sua perda. Neste momento eu a reconheci como a mãe deste filho, sem o silêncio que nos maltrata por dentro.

Ao me abrir com algumas pessoas eu dava espaço para que elas compartilhassem a sua perda. E de alguma forma, embora a origem fosse a dor, isso me acalentava o coração. Me sentia acolhida por outro olhar semelhante e de alguma forma nossos corações partidos se aproximavam.

Uma mãe de um filho que não veio continua sendo uma mãe. Aquela que com todos os medos e desafios que a maternidade nos proporciona também se encheu de desejos e expectativas. Um carinho, uma escuta, um abraço podem fazer tanta diferença para algo que embora comum não deixa de ser importante.



Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *